sexta-feira, 5 julho, 2024
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    O que se sabe sobre a morte dos três médicos no Rio de Janeiro

    As polícias Social e Federal seguem investigando a realização a tiros de três médicos em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A obra dos criminosos ocorreu na madrugada desta quinta-feira (5) e durou 27 segundos. Neste período, três homens dispararam tapume de 33 tiros contra quatro vítimas.

    Os médicos Marcos de Andrade Corsato, Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada federalista Sâmia Bomfim (Psol-SP), e Perseu Ribeiro Almeida morreram no atentado. O médico Daniel Sonnewend Proença foi o único sobrevivente do ataque. Ele segue internado em um hospital pessoal do Rio, com quadro de saúde firme e lúcido.

    Porquê ocorreu o transgressão?

    Os quatro médicos estavam no Rio para participar de um congresso sobre ortopedia, especialidade na qual atuavam. Perto da 0h50, eles conversavam em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, próximo ao hotel onde estavam hospedados, na Avenida Lúcio Costa. Um carruagem parou na frente do quiosque e três pessoas desceram correndo e afaixando contra as vítimas. A quarta pessoa permaneceu no veículo.

    A obra foi registrada por uma câmera de vigilância. Diego chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos, Perseu e Corsato morreram no lugar e Proença foi socorrido a tempo. A obra dos afaixadores durou 27 segundos. Os criminosos chegaram a voltar ao quiosque neste período para conferir se tinham atingido as vítimas.

    De combinação com a polícia, 33 estojos de revólver 9 mm foram recolhidos no lugar do transgressão. O laudo inicial apontou que os médicos foram atingidos por ao menos quatro disparos cada um, a maioria dos disparos atingiu o peito das vítimas.

    Quais são as linhas de investigação?

    A primeira risca de investigação apontou para uma realização, já que os criminosos chegaram afaixando, sem anunciar um assalto, por exemplo. Em testemunho, uma testemunha que estava no quiosque confirmou à polícia que não houve pregão de assalto antes dos disparos e nenhum pertence das vítimas foi levado pelos criminosos.

    No momento, a polícia apura se os médicos foram baleados por ilusão. Um deles teria sido confundido com um miliciano, rebento de um ex-policial militar que é considerado um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio. O médico Perseu Ribeiro Almeida, que morreu na hora durante o ataque, era fisicamente parecido com o miliciano.

    Segundo os investigadores, o transgressão pode ter sido motivado por vingança de um grupo rival contra o miliciano e o pai dele. O miliciano que os afaixadores procuravam costumava frequentar a mesma região onde o transgressão aconteceu naquela madrugada. Com isso, as polícias Social e Federal apuram se o médico teria sido confundido com o criminoso.

    Assinalado uma vez que um dos principais líderes do grupo criminoso, o miliciano foi sentenciado a 8 anos e 5 meses de prisão. Em março deste ano, ele foi para prisão domiciliar e passou para liberdade condicional há dez dias, informaram os jornais Folha de S. Paulo e O Orbe.

    Apesar de investigar se o transgressão teria sido cometido por ilusão, a possibilidade de transgressão político não foi descartada. Horas depois o ataque, o ministro da Justiça, Flávio Dino, colocou a Polícia Federal no caso “em face da hipótese de relação com a procedimento de dois parlamentares federais”. O ministro também enviou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, para o Rio de Janeiro.

    A eventual federalização do caso chegou a ser ventilada, por envolver o irmão da deputada federalista Sâmia Bomfim (Psol-SP), casada com o também deputado Glauber Braga (Psol). Na tarde desta quinta-feira (5), Cappelli descartou a federalização da investigação. A polícia ainda ouvirá mais testemunhas, analisará imagens de câmeras de segurança e os celulares das vítimas.

    Provável transgressão por ilusão de suspeitos de executarem médicos mortos

    A Polícia Social do Rio encontrou, no final da noite de quinta (5), dois corpos de traficantes que são suspeitos de serem os autores dos tiros que vitimaram os três médicos. Eles estavam em dois carros localizados na Zona Oeste da capital fluminense junto de outros dois corpos também de traficantes, três em um veículo e um em outro, próximos do RioCentro e na região da Gardênia Azul.

    A Delegacia de Homicídios apura se os criminosos foram mortos no interno do Multíplice da Penha, Zona Setentrião da cidade. Posteriormente a chacina, os afaixadores teriam se refugiado em áreas do Comando Vermelho (CV), segundo apuração da Folha de S. Paulo e do portal g1. Eles teriam chegado a postar nas redes sociais sobre a morte do miliciano, mas as mensagens foram apagadas depois a repercussão do caso e identificação das vítimas.

    Depois do erro ter sido revelado, os traficantes teriam realizado um “tribunal do tráfico” e um dos chefes do Comando Vermelho teria ordenado a morte de todos os envolvidos no ataque aos médicos. Outrossim, o CV teria avisado à polícia por intermédio de informantes sobre o desfecho do “julgamento”.

    O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou em entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi, no portal g1, que, apesar de a Polícia Social ter encontrado os corpos dos suspeitos da chacina, “[a situação] não é lei da selva, e o interrogatório vai continuar”.

    Governador do Rio descarta motivação política

    O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse nesta sexta-feira (6) que está “completamente” descartada a motivação política no assassínio dos três médicos. Ele deu a enunciação depois reunião com Cappelli, no Palácio Guanabara, sede do Executivo estadual. Segundo o governador, não se trata mais de uma recontro de milicianos e traficantes.

    “Nós estamos falando de uma verdadeira máfia. Uma máfia que hoje é mais do que foi o tráfico de drogas ou de armas. Uma máfia que verdadeiramente tem entrado nas instituições, nos poderes, no transação, nos serviços, inclusive no sistema financeiro vernáculo, que infelizmente tem seus próprios tribunais ampliando esse poder nas mais diversas esferas. É uma máfia que vem se expandindo em todo o território vernáculo”, disse Castro, segundo informou a Escritório Brasil.

    Castro destacou que as investigações continuam. “Nós não iremos parar por cá. Não é porque se acharam corpos que as investigações vão terminar. Elas serão ampliadas. Iremos até o término para que a gente possa combater essa máfia e a guerra que eles estão provocando”.

    Médico sobrevivente grava vídeo no hospital: “Estou muito, viu?”

    O médico Daniel Sonnewend Proença, único sobrevivente do ataque, se pronunciou pela primeira vez. “Pessoal, tô muito viu, tá tudo tranquilo, graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar visível. A gente vai transpor dessa junto. Valeu pela preocupação, obrigado”, diz o médico em vídeo gravado no hospital e compartilhado nas redes sociais nesta sexta-feira (6) pela jornalista Lu Lacerda.

    Segundo o jornal O Orbe, Proença teria levado 14 tiros, sendo dois de raspão, que provocaram 24 perfurações em seu corpo. Ele sofreu lesões no tórax, tripa, pélvis, mão, pernas e pé, sendo submetido a uma cirurgia que durou tapume de 10 horas. Os médicos refaixaram um dos dois projéteis que ficaram alojados em seu corpo. O material será enviado para a perícia da Polícia Social. Ele ainda continua com uma projétil alojada na escápula, próximo ao ombro. Proença está com quadro de saúde firme e respira sem a ajuda de aparelhos.

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