sexta-feira, 5 julho, 2024
spot_img
Mais

    Últimos Posts

    spot_img

    Órgão Central sugere que pode conter queda dos juros


    Uma alteração de três palavras no pronunciamento da reunião do Comitê de Política Monetária do Órgão Central (Copom) – que nesta quarta-feira (20) optou por uma redução na taxa Selic para 10,75% ao ano – pode indicar uma modificação na estratégia de combate à inflação.

    Em comunicações anteriores, os integrantes do comitê vinham declarando que previam “redução de mesma envergadura nas próximas reuniões”, ou seja, sugerindo futuros cortes de 0,5 ponto. No entanto, desta vez, apontaram tal redução “na próxima reunião”. O plural foi substituído pelo singular.

    O documento indica que o Copom considera que o cenário-base permaneceu essencialmente o mesmo, mas que, devido à elevada incerteza e à consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, a estratégia de combate à inflação deve ser impactada.

    “Os integrantes do Comitê, por unanimidade, optaram por comunicar que preveem, caso o cenário esperado se confirme, redução de mesma envergadura na próxima reunião”, destaca o comunicado.

    Isso significa que o ciclo de reduções de meio ponto percentual na Selic a cada reunião, praticado desde em agosto, pode estar mais próximo do fim do que se imaginava. “O Copom solicitou uma autorização para refletir melhor. Basicamente é isso”, afirma Paulo Gala, principal economista do banco Master.

    Atividade econômica e inflação geram preocupação

    Uma das fontes de preocupação é o desempenho da inflação nos próximos meses. A XP Investimentos enxerga riscos de alta daqui para frente, motivados, por exemplo, pelas taxas de juros mais altas no mundo, especialmente nos Estados Unidos, o que pode pressionar o real. Nesta quarta, o Fed (o BC americano) decidiu manter a taxa básica de juros entre 5,25% e 5,50% ao ano.

    Além disso, a inflação subjacente – que exclui itens mais instáveis da cesta de produtos e serviços usada para medir a alta de preços – está acima do adequado para a meta de inflação, destaca Rafael Cardoso, principal economista do Daycoval Asset.

    E está nesse nível devido à tendência expansionista das políticas fiscais e parafiscais – isto é, aumento das despesas públicas – e pelo aumento dos salários reais, que mantém relativamente aquecida a atividade econômica. O Índice de Atividade Econômica do Órgão Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, aumentou 0,6% em janeiro, em comparação com dezembro, acima do estimado pelo mercado.

    Outra instituição que enxerga maior incerteza no ar é o Itaú. O banco aponta que o comitê agiu com acerto ao “encurtar sua prescrição futura, diante de mais incertezas”, referindo-se à decisão de prever um corte de meio ponto percentual na Selic apenas para a próxima reunião.

    A instituição avalia que os motivos detalhados que levaram o Copom a tomar a decisão serão mais esclarecidos na próxima terça-feira (26), quando a ata da reunião for divulgada.

    Nenad Dinic, estrategista de ações do banco suíço Julius Baer, também destaca que as incertezas fiscais aumentaram nas últimas duas semanas, especialmente após a decisão da Petrobras de não distribuir dividendos extraordinários e dos anúncios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para aumentar os gastos do governo.

    “Apesar de o Orçamento de 2024 não ter sido afetado por esses acontecimentos, o ruído político e fiscal pode ter impacto nas metas fiscais de 2025”, diz Dinic.

    André Valério, principal economista do banco Inter, ressalta que a preocupação do comitê em relação ao cenário fiscal continua presente. “O Copom ainda destaca a importância da execução da meta – já estabelecida – na ancoragem das expectativas de inflação”, diz.

    As estratégias do Órgão Central em relação aos juros

    Pelo menos duas alternativas poderiam estar disponíveis para o Copom a partir de junho, indicam os especialistas: reduzir o ritmo para 0,25 ao ano nas reuniões seguintes ou então dar uma pausa temporária para avaliar melhor a situação.

    O principal economista do banco BV, Roberto Padovani, acredita na primeira tese: “Mantemos nossa avaliação de que a evolução do cenário inflacionário e da atividade econômica nos próximos meses deverá justificar uma redução do ritmo em junho”.

    Segundo a principal economista da B.Side Investimentos, Helena Veronese, indicar que a partir de agora o comitê prevê somente um corte de meio ponto percentual não significa que não possam ocorrer outros cortes desse tamanho sequencialmente.. “Significa sim que o Órgão Central está um pouco mais incomodado com o cenário recente”, afirma.

    spot_img

    Últimas Postagens

    spot_img

    Não perca

    Brasília
    céu limpo
    12.5 ° C
    12.5 °
    12.5 °
    82 %
    0kmh
    0 %
    sex
    26 °
    sáb
    27 °
    dom
    29 °
    seg
    30 °
    ter
    25 °

    3.143.7.172
    Você não pode copiar o conteúdo desta página!