terça-feira, 2 julho, 2024
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    Parceria com criadores rurais é a aposta da JBS para acelerar a diminuição da pegada de carbono agrícola

     

    De acordo com Liége Correia, diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, o grande desafio do setor agrícola para alcançar a neutralidade climática é o Escopo 3, que engloba as emissões de gases do efeito estufa (GEE) não diretamente gerenciadas por uma organização, como a cadeia de suprimentos, transporte, utilização ou descarte de produtos. No setor de alimentos, a maior parte desse grupo está relacionada aos fornecedores pecuários.

    A executiva destacou a importância de colaborar com os criadores rurais, principalmente considerando que muitos deles são famílias que dependem da atividade para seu sustento.

    “Nossa base conta com mais de 70 mil fornecedores que apoiamos, porém o Brasil possui aproximadamente 6,5 milhões de propriedades rurais. Portanto, é crucial considerar não apenas os nossos, mas também os demais que necessitam de apoio para progredir na diminuição da pegada de carbono”, afirmou Correia.

    “Simplesmente impor condições a esses produtores não é suficiente. Precisamos nos tornar parceiros deles nessa transição. Por isso, fornecemos tecnologia, acesso a crédito, suporte técnico, entre outros. Ao longo de dois anos, a JBS estabeleceu 20 Escritórios Verdes, que visam não apenas regularizar as propriedades, mas também compartilhar técnicas de produção mais eficientes e sustentáveis”, ressaltou Correia.

    Até o momento, mais de 19 mil propriedades já receberam apoio, e mais de 7 mil avançaram em seus processos de regularização socioambiental, o que resultou na recuperação de mais de 2 mil hectares de florestas.

    Diminuição da idade do gado no momento do abate

    Outra iniciativa da empresa para reduzir as emissões do Escopo 3 foi a diminuição da idade do abate. “Afinal, cada ano a menos que o animal passa no campo representa uma redução nas emissões”, explicou. Correia também mencionou que a JBS tem pesquisado aditivos alimentares para diminuir a emissão de metano entérico, gerado pelo sistema digestivo do gado ruminante.

    No Brasil, a JBS fechou um acordo com o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura de São Paulo para explorar esse potencial. A pesquisa constatou que a utilização de uma combinação de taninos e saponinas pode reduzir as emissões desse tipo de metano em até 17% para o gado de corte confinado.

    Liège Correia participou do painel “Estratégias de Baixo Carbono” da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no qual foi discutida a implementação de programas e tecnologias necessárias para avançar na redução das emissões de gases do efeito estufa, visando atingir a neutralidade climática até 2050.

    De acordo com ela, há um sentimento cético em relação às metas de diminuição de carbono estabelecidas para 2050. “Porém, já estamos presenciando os efeitos das mudanças climáticas. Portanto, não se trata mais de um plano ou projeto, mas sim de uma realidade”, destacou. Nesse sentido, a JBS tem implementado ações concretas para alcançar a Neutralidade até 2040.

    Entre as iniciativas, destacam-se a cobertura das lagoas de resíduos. No Brasil, a implementação da captura de metano em nove unidades da Friboi por meio do sistema de tratamento de efluentes tem possibilitado a extração de mais de 80 mil metros cúbicos de biogás por dia. Isso representa 65% do escopo 1 da Friboi e 26% do escopo 1 da Companhia no país como um todo. Globalmente, a JBS já investiu mais de R$ 220 milhões em projetos de captura de biogás em suas operações para geração de energia em 14 fábricas nos Estados Unidos e Canadá.

    Outra ação rumo à Neutralidade destacada foi a ampliação da frota de caminhões elétricos da Companhia. Lançada em 2022, a No Carbon é uma empresa da JBS Novos Negócios e conta atualmente com 260 caminhões frigoríficos movidos exclusivamente por eletricidade. Atualmente, essa frota é responsável pela distribuição dos produtos das marcas Friboi, Seara e Swift em viagens dentro de centros urbanos em diferentes regiões do país. “Aqui enfrentamos um desafio: o Brasil possui uma matriz energética limpa capaz de abastecer esses caminhões, mas e o descarte dessas baterias? O que faremos quando chegar a hora? Não basta apenas possuir uma matriz limpa; é necessário pensar no descarte”, ponderou a executiva.

    Para a diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, o setor pecuário precisa de uma agenda pré-competitiva para progredir na redução dessa pegada de carbono. “Chegamos a um ponto no qual a ciência carece de mais recursos e investimentos para conseguirmos avançar na diminuição das emissões. Estamos testando todas as possibilidades e investindo em escalabilidade nos escopos 1 e 2, que se referem aos processos internos, mas também no escopo 3, com o suporte aos criadores rurais”, destacou.

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