O Senador Humberto Costa (PT-PE) decidiu fazer uma denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o Partido Liberal (PL), após a detenção do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, na manhã desta quinta-feira (8). Valdemar foi preso pela Polícia Federal no contexto da operação Tempus Veritatis, que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais aliados.
“Estou encaminhando a denúncia à PGR para que seja aberta uma investigação sobre a participação do PL em uma tentativa de golpe e desrespeito violento ao Estado democrático de Direito”, afirmou o senador do PT pela rede X.
Caso as acusações contra membros do PL sejam confirmadas, o parlamentar pretende buscar a anulação do registro do partido. “Se ficar provada a participação, vou solicitar a anulação do registro do partido por envolvimento em atividade criminosa”, declarou.
O motivo da detenção de Valdemar seria a descoberta de uma arma supostamente ilegal em um endereço associado a Valdemar. Ele
foi encontrado por agentes da Polícia Federal em seu apartamento no centro de Brasília. Ele não era alvo de mandados de prisão da operação. Mas não está claro se a arma pertencia a Costa Neto. O advogado Marcelo Bessa, que já defendeu Bolsonaro, foi até a residência do presidente do PL para auxiliá-lo.
De acordo com a PF, Valdemar utilizou o partido para “financiar a estrutura de apoio às narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, com o intuito de legitimar as manifestações que ocorriam em frente às instalações militares”.
Um dos aspectos ressaltados foi a ação apresentada por Valdemar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar o resultado do segundo turno das eleições de 2022. “Apesar do questionamento formal ter se originado por meio de uma coligação partidária (o que em tese atrairia a liderança de diversos partidos), o autointitulado presidente da coligação e principal garante dos questionamentos era Valdemar Costa Neto”, informou a PF.
Em menos de um mês, dois parlamentares do partido do ex-presidente, Carlos Jordy (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), foram alvos de operação da PF. Ambos foram surpreendidos e acordados por agentes policiais com os mandados de busca e apreensão pela manhã em suas residências. Parlamentares que integram a base de apoio ao ex-mandatário temem ser os próximos alvos.