sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Parlamentares se manifestam contra edificação do “Memorial do 8 de janeiro”


    Apesar de todas as controvérsias em torno das razões e dos envolvidos no vandalismo ocorrido em 8 de janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue adiante com planos concretos para erguer um museu em Brasília dedicado ao tema. O local já foi definido no Eixo Monumental da capital, o orçamento inicial é de R$ 40 milhões e o início das obras foi agendado pelo Ministério da Cultura (MinC) para o começo de 2025.

    A decisão do governo, entretanto, está enfrentando críticas de senadores de oposição, que questionam tanto a prioridade dada ao projeto diante das carências nacionais, quanto as polêmicas que cercam os eventos de um ano atrás na Praça dos Três Poderes. À Gazeta do Povo, eles criticaram os montantes envolvidos e os propósitos do projeto.

    Mesmo entre políticos de esquerda, há divergências na interpretação dos acontecimentos, com alguns não reconhecendo nos atos sequer uma tentativa frustrada de golpe de Estado. Entre eles está o próprio ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

    Conforme o parlamentar Hamilton Mourão (Republicanos-RS), erguer “o suposto Memorial da Democracia”
    é “uma vergonha”. “O desgoverno Lula até hoje não trata com seriedade das
    questões relevantes para a República e para a sociedade. O povo está
    abandonado, sem saúde e segurança pública. Mesmo assim, o presidente pretende
    gastar soma escandalosa nesse projeto”, protestou.

    “O 8 de janeiro de 2023 foi um dia triste e não deve ser comemorado. O tempo se encarregará de demonstrar os abusos cometidos por autoridades do governo contra cidadãos de bem que defendiam suas ideias”, comentou o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Ele lembra que foi a primeira vez na história que uma manifestação política e desarmada teve mais de 2,1 mil pessoas presas, com condenações de 17 anos de prisão. “Temos muito menos democracia hoje. Temos que lutar pela democracia absoluta”, disse. No Senado estão em andamento duas propostas para anistiar os presos do 8 de janeiro.

    A
    senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse ter recebido a notícia da
    construção do museu com perplexidade e indignação. “Lamento por essa ideia
    inadequada e absurda. Além do investimento vultoso, o equipamento demandará
    custos permanentes de manutenção e funcionários. O governo não sabe mesmo o que
    fazer”, declarou. Para ela, o ideal seria direcionar esses recursos para
    demandas urgentes de idosos e mulheres na saúde pública ou criar programas voltados
    a autistas e a crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência. “Melhor empregar
    esse dinheiro em viaturas policiais e leitos hospitalares”, sugeriu.

    A senadora lembrou ainda de outra iniciativa semelhante proposta pelo governo de Dilma Rousseff (PT) que acabou se perdendo no caminho, a do Memorial da Anistia, em Belo Horizonte. O projeto iniciado em 2009 já consumiu cerca de R$ 30 milhões dos cofres públicos e até hoje não saiu do papel, restando apenas um prédio inacabado sob responsabilidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

    Governo cria versão virtual do museu e quer construção rápida

    Idealizado pelo MinC em setembro, o Museu da Democracia foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a Secretaria de Patrimônio da União reservou para o empreendimento uma área no setor cultural da Esplanada dos Ministérios, ao lado do Teatro Nacional.

    O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) lançará nos próximos meses um concurso para escolher o projeto arquitetônico e de engenharia. “A expectativa é de construção rápida”, disse Fernanda Castro, presidente do Ibram. Os detalhes do projeto foram apresentados na esteira do evento “Democracia Inabalada”, proposto pelo governo e realizado no Congresso para marcar um ano do 8 de janeiro.

    Enquanto não se materializa, o empreendimento já possui uma versão virtual (democracia.museus.gov.br), para coletar sugestões do público. O governo informou em nota que o repositório digital, “além de abrigar um memorial sobre os ataques antidemocráticos”, servirá de base à campanha voltada ao engajamento social de museus e pontos de memória.

    A ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que o “Memorial da Democracia” terá espaços também para tratar da escravidão e da relação com os povos originários. “Será um museu onde teremos acolhimento e refletiremos sobre esses acontecimentos com outros museus”, ressaltou.

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