terça-feira, 2 julho, 2024
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    Pequenos que recebem “telas” para tranquilizar crises não aprendem a gerenciar suas emoções, afirma recente pesquisa | crianças e telas | crises e tecnologia | controle de emoções


    Artigo traduzido e adequado do inglês, publicado pela matriz norte-americana do Epoch Times.

    Alguns progenitores fornecem telefones e tablets aos filhos para aplacar as crises, mas estudos atuais indicam que essas práticas dificultam que os pequenos aprendam a regular suas emoções.

    Esta abordagem parental também pode expor as crianças ao risco de enfrentarem problemas com o controle da raiva e o uso excessivo da tela mais tarde na vida.

    “As crises não podem ser solucionadas por dispositivos digitais”, mencionou Veronika Konok, primeira autora do estudo e pesquisadora da Universidade Eötvös Loránd em Budapeste, Hungria, em um comunicado à imprensa. “Os pequenos necessitam aprender a gerir suas emoções negativas por conta própria. Eles necessitam do suporte de seus progenitores durante este processo de aprendizagem, não de um dispositivo digital.”

    Maior raiva, menor controle

    Em uma nova pesquisa divulgada na sexta-feira na Frontiers in Child and Adolescent Psychiatry, pesquisadores da Hungria e do Canadá questionaram cerca de 300 pais de crianças de 2 a 5 anos em 2020 sobre o uso da mídia e realizaram um acompanhamento um ano depois.

    Eles constataram que os pequenos com maior propensão à raiva tinham genitores que usavam smartphones e tablets para acalmá-los. Tais crianças também demonstravam reações de raiva mais frequentes e intensas, bem como habilidades de controle de raiva e frustração mais frágeis um ano após o acompanhamento.

    Elas apresentavam níveis mais elevados de raiva e tinham mais dificuldades em exibir um controle intencional de suas emoções.

    “Não é surpreendente que os pais recorram com mais frequência à regulação emocional digital se seus filhos tiverem problemas nessa área, mas nossos resultados ressaltam que esta estratégia pode agravar um problema já existente”, afirmou Konok no comunicado à imprensa.

    De acordo com o estudo, disponibilizar um dispositivo digital para aplacar uma crise infantil pode intensificar a dependência do dispositivo e o risco de uso excessivo da mídia. Os autores compararam este fenômeno a um ciclo de feedback positivo. O manejo dos dispositivos resulta em mais crises e explosões, o que leva a um uso ainda maior da tela.

    Os dispositivos podem agravar as crises

    Nos últimos anos, os dispositivos digitais se tornaram cada vez mais populares no dia a dia das pessoas, e aprendemos a utilizá-los como instrumentos de autocontrole. O autocontrole se refere ao controle intencional sobre os pensamentos, sentimentos, decisões e comportamentos de um indivíduo. Este deve ser adquirido nos primeiros anos de vida.

    Segundo o estudo, embora recorrer a um dispositivo digital para distrair uma criança de estímulos estressantes ou emoções negativas possa ser eficaz a curto prazo para reduzir as respostas emocionais em crianças pequenas, a longo prazo, isso pode gerar efeitos colaterais que levam a comportamentos de fuga, aumento de emoções negativas e desregulação.

    Além disso, isso pode fazer com que as crianças dependam dos dispositivos digitais para a regulação emocional, em vez de desenvolverem

    competências internas de automoderação, o que resulta em “crises de tempo de tela” quando os aparelhos são retirados.

    “Oferecer telas às crianças como forma de ajudá-las a se acalmar é uma estratégia de automoderação externa que pode ser muito eficaz a curto prazo. Contudo, à medida que as crianças crescem, elas precisam desenvolver mecanismos internos de automoderação para conseguirem gerenciar suas emoções com habilidade”, afirmou Caroline Fitzpatrick, investigadora da Université de Sherbrooke, em Quebec, e principal autora do estudo, ao Epoch Times.

    Os responsáveis pelo estudo sugerem que, ao invés de oferecer a uma criança um dispositivo digital em um ambiente desafiador, os pais devem guiar seus filhos em situações difíceis, auxiliá-los a identificar suas emoções e ensiná-los a lidar com elas.

    Restrições do estudo

    Apesar de o estudo apresentar informações relevantes, os pesquisadores destacaram que suas conclusões possuem diversas limitações, incluindo a base de dados fornecida pelos pais. Alguns pais também desistiram da pesquisa antes do acompanhamento, o que pode ter influenciado nos resultados. Pais mais jovens e pais mais propensos a utilizar a regulação emocional digital demonstraram menor interesse em participar do acompanhamento, o que poderia distorcer as associações identificadas.

    Ademais, a coleta de dados foi realizada durante a pandemia da COVID-19, um período marcado pelo aumento do uso de dispositivos digitais devido aos lockdowns, o que pode ter impactado nos padrões de utilização desses aparelhos.

    Os autores sugerem que pesquisas futuras devem visar replicar esses resultados em contextos diversos e com uma população mais heterogênea. Além disso, dados observacionais sobre a automoderação da criança e a utilização de dispositivos digitais pelos pais para regulação emocional poderiam oferecer uma compreensão mais aprofundada da dinâmica observada no estudo.

    © Direito Autoral. Todos os Direitos Reservados ao Epoch Times Brasil 2005-2024

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