sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Pessoas com maior riqueza devem ser beneficiadas no governo Lula, de acordo com projeção de empresa especializada

    Em contraste com os primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos quais houve uma transição das classes D/E para a classe C entre 2003 e 2010, os indivíduos mais abastados (classes A e B) tendem a ser os mais favorecidos na gestão atual.

    Essa tendência deve-se ao fato de que as altas taxas de juros, a economia com baixo dinamismo e a limitação de recursos no Orçamento público para a redistribuição de renda aos menos favorecidos contribuirão para um aumento nos rendimentos das classes mais privilegiadas.

    De acordo com projeções da empresa Tendências, a classe A apresentará o maior crescimento na renda real (acima da inflação) no período de 2024 a 2028, com 3,9% ao ano – uma tendência que já se confirmou em 2023. Por outro lado, a classe D/E terá um incremento mais modesto, de 1,5% em média.

    O total da receita é formado pela soma dos lucros do trabalho, dos repasses do Bolsa Família e dos auxílios sociais, da Previdência e de outras fontes de ganhos, como dividendos e juros.

    Os lucros de capital dos indivíduos mais abastados, como empreendedores ou pessoas com investimentos, farão a diferença. Mesmo com a expectativa de uma redução na taxa de juros básica, a Selic, que atualmente se encontra em 10,75% ao ano, deverá permanecer relativamente alta.

    No momento, é possível obter um rendimento de 6% ao ano acima da inflação com aplicações financeiras conservadoras; em 2023, os gastos com juros da dívida pública totalizaram R$ 718,3 bilhões. Em comparação, o Bolsa Família contou com um montante de R$ 170 bilhões destinado a 21,1 milhões de lares.

    No caso da classe D/E, a empresa especializada não prevê, nos próximos anos, um aumento significativo no Bolsa Família nem no salário mínimo devido às limitações fiscais que o governo Lula 3 enfrenta.

    Este cenário marca uma inversão em relação ao que ocorreu entre 2003 e 2010, quando o país se beneficiou de três fatores: reformas estruturais durante o governo FHC (1995-2002), o forte crescimento da economia global e o boom nos preços das commodities exportadas pelo Brasil.

    Juventude percebe estagnação no governo de Lula

    De acordo com Lucas Assis, analista de macroeconomia da Tendências, os elementos que contribuíram para a migração de milhões de pessoas das classes D/E para a classe C durante os anos 2000 resultaram em uma maior regularização do emprego e um incremento da receita do trabalho, o que, por sua vez, impulsionou a arrecadação federal e colaborou para um crescimento médio do PIB de 4% durante alguns anos.

    “Naquela época, o governo tinha espaço no Orçamento para ajustar o Bolsa Família e conceder aumentos reais mais expressivos para o salário mínimo, o que beneficiou as classes D/E”, afirmou. “Desta vez, isso não parece viável. A economia e a receita devem crescer, porém de modo mais lento”.

    Em entrevista à Folha, Maurício de Almeida Prado, diretor-executivo da empresa Plano CDE, ressaltou que, de qualquer maneira, as classes mais baixas foram favorecidas no início do governo Lula 3 com a ampliação da abrangência do Bolsa Família, iniciada no mandato de Jair Bolsonaro.

    Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o número de famílias beneficiadas aumentou consideravelmente, passando de 13,2 milhões para 21,1 milhões, um acréscimo de 60%. Além disso, o montante dos pagamentos mensais também apresentou um aumento significativo, passando de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

    Apesar da melhora na qualidade de vida dessas pessoas com a expansão do benefício, Prado observa que a evolução estancou. “As pessoas da classe C não retrocederam, porém não avançaram”, acrescentou. “Para os mais velhos, a qualidade de vida melhorou depois de saírem da D/E há muito tempo. Contudo, entre os mais jovens, há um sentimento de estagnação”.

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