sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Petrobras adquiriu créditos de carbono de projeto com suspeita de desflorestamento

     

    Em setembro, a Petrobras adquiriu pela primeira vez créditos de carbono para o lançamento da sua nova gasolina Podium, que é anunciada como a “única gasolina carbono neutro do país”. Porém, o projeto Envira Amazônia, utilizado pela empresa para compensar a emissão de 175 mil toneladas de gases de efeito estufa, está sendo investigado por utilizar áreas já desmatadas (e de forma irregular) para contabilizar esses créditos, além de ter uma linha de base de medida inferior para neutralizar as emissões.

    Essas questões levaram a certificadora Verra a negar a renovação da licença do projeto, o que ocorreu em 23 de maio de 2023, três meses e meio antes da compra dos créditos e do lançamento da gasolina “carbono zero” pela Petrobras, em setembro.

    Uma análise encomendada pela Verra apontou a necessidade de esclarecer se o desflorestamento foi planejado e realizado com as devidas licenças. Outro problema identificado, de acordo com uma reportagem da “Folha de S.Paulo” e da organização não governamental WRM, é a existência de comunidades de seringueiros, tanto dentro quanto fora da propriedade rural, contestando a posse do terreno.

    Além disso, a compra de créditos de carbono pela Petrobras enfrenta outra questão. Em janeiro, o jornal britânico The Guardian revelou que diversos estudos concluíram que mais de 90% dos créditos de compensação de florestas tropicais de projetos certificados pela Verra em diferentes países são provavelmente “créditos fictícios”.

    A Verra, que é a principal organização mundial em certificação de créditos de carbono, tendo clientes como Disney, Shell e Gucci, questiona as metodologias utilizadas nessas pesquisas, afirmando que suas conclusões estão incorretas. A Verra também destacou que não possui autoridade sobre os créditos que já foram comercializados.

    Procurada desde o dia 13 de outubro, a Petrobras somente respondeu na segunda-feira (30), depois da publicação da reportagem. A empresa afirmou que a área onde adquiriu os créditos é de propriedade privada, não foi desmatada e está preservada.

    “A negativa [da renovação da certificação] não significa uma rejeição do projeto. O responsável pelo projeto pode fornecer mais detalhes. No entanto, é importante ressaltar que a Petrobras adquiriu créditos das safras 2019, 2020 e 2021, que estão integralmente válidos e não estão relacionados à mudança posterior da linha de base solicitada”, respondeu a estatal.

    A CarbonCO, LCC e JR Agropecuária, responsáveis pelo Envira Amazônia, foram contatadas, mas nenhuma delas deu resposta.

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