A Polícia Federal deu início nesta terça-feira (5) às operações Dangerous e Paschoal, visando desmantelar uma organização criminosa que movimentou R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos, através do contrabando de cereais, principalmente soja e milho, além de fertilizantes. No total, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho.
A ação mobilizou 200 policiais para cumprir 59 mandados de busca e apreensão, além de 16 mandados de prisão em cinco estados: São Paulo, Santa Catarina, Tocantins, Maranhão e Rio Grande do Sul.
A instituição também contou com suporte de forças como a Brigada Militar, Receita Federal, Receita Estadual do Rio Grande do Sul e Polícia Rodoviária Federal.
De acordo com a PF, também foi realizado o sequestro e arresto de automóveis e imóveis de luxo, bem como uma aeronave avaliada em R$ 3,6 milhões. Além disso, medidas de bloqueio de contas bancárias foram tomadas, totalizando cerca de R$ 58 milhões, relacionadas tanto a pessoas físicas quanto jurídicas.
O esquema tinha como base três núcleos, segundo a Agência PF, incluindo portos clandestinos, beneficiários e revendedores de mercadorias e operadores financeiros. As mercadorias ilegais eram transportadas da Argentina para o Brasil por meio desses portos clandestinos localizados no rio Uruguai, que se estendem entre a Argentina e o Uruguai até o estado de Santa Catarina.
O grupo criminoso também conduzia operações cambiais ilegais, por meio de doleiros, para realizar evasão de divisas e efetuar pagamentos a fornecedores no exterior. Duas empresas envolvidas nesses procedimentos adquiriram criptoativos no valor de R$ 1,2 bilhão.
Documentação fraudulenta, como notas de produtores rurais utilizadas como justificativa para o grande volume de cereais contrabandeados comercializados, além de notas emitidas por empresas fictícias, também fizeram parte do modus operandi dos criminosos.
As investigações tiveram início no ano passado, resultando na prisão de 11 pessoas e na apreensão de caminhões, automóveis, vinhos e defensivos.
