A Polícia Rodoviária Federal deteve, nesta manhã de quinta-feira (23), um indivíduo, de 31 anos, que observava medidas cautelares por participação nos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 e que estava supostamente tentando evadir para a Argentina.
Conforme informações divulgadas inicialmente pela GloboNews e confirmadas à Gazeta do Povo pela Polícia Federal do Mato Grosso do Sul, a prisão ocorreu em Naviraí (MS) no contexto da operação 8 de janeiro.
“Efetuou-se, pela Polícia Rodoviária Federal, detenção no contexto da Op 8 de Janeiro. O detido foi encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Naviraí. Não disponibilizamos dados ou informações que identifiquem pessoas ou empresas”, declarou a PF-MS à reportagem.
As circunstâncias, contudo, não foram detalhadas. A investigação indica que a prisão se deu na BR-163 após o condutor tentar realizar uma ultrapassagem em faixa contínua. Ao ser abordado, ele teria afirmado que estaria envolvido nos eventos de 8/1.
A mãe, que o acompanhava, afirmou que estavam a caminho da Argentina por receio de uma condenação definitiva a seu respeito. Ele teria comunicado aos policiais que cortou a tornozeleira no dia anterior para escapar do país.
A Gazeta do Povo também buscou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para obter mais detalhes, porém foi orientada a contatar a própria PRF, que não se manifestou até o fechamento deste texto.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também foi acionado para confirmar se havia alguma ordem de prisão contra o indivíduo detido, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.
Na última semana, uma apuração indicou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) teria solicitado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a inclusão dos nomes de alguns investigados na divisão vermelha da Interpol.
“O MPF solicitou a inclusão dos mandados de prisão na difusão vermelha da Interpol daqueles que, além de desrespeitarem as cautelares, há relato de possível fuga do país. Foram 6 pessoas com descumprimento das cautelares e notícia de fuga, além de duas apenas com notícia de fuga”, comunicou o órgão em nota à Gazeta do Povo.
Entretanto, mesmo sem a decisão de Moraes sobre as solicitações da PGR, o Instituto Internacional dos Presos e Exilados Políticos (IIPEP) enviou um requerimento para a Divisão Internacional da Polícia Federal (PF) pedindo que os nomes dos presos não sejam repassados à Interpol.
Conforme o documento, a “Interpol se autodenomina ‘proibida de exercer qualquer atividade ou intervenção em questões ou assuntos de cunho político, militar, religioso ou racial”. Portanto, incluir os detidos do 8 de janeiro em sua relação violaria seu papel, visto que seriam “foragidos pela manifestação de opinião no país”.