sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Recorrência da oposição a políticos norte-americanos para relatar irregularidades no Brasil

    Durante a semana de recesso no Congresso brasileiro, um grupo de parlamentares de direita decidiu viajar aos Estados Unidos para informar aos congressistas norte-americanos e à Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre equívocos e abusos cometidos pelo judiciário brasileiro.

    A ausência deles no país foi sentida durante os protestos anti-Lula organizados por ativistas no dia 15 de novembro. A participação de políticos em atos públicos ainda é incipiente desde a onda de prisões consideradas arbitrárias promovidas pelo Supremo Tribunal Federal desde 8 de janeiro.

    A delegação era composta pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), Altineu Cortês (PL-RJ), Gustavo Gayer (PL-GO), Capitão Alberto Neto (PL-AM) e pelos senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Jorge Seif (PL-SC).

    Em Washington D.C, os parlamentares brasileiros foram recebidos pela deputada republicana Marjorie Greene, do estado da Georgia, grande apoiadora do ex-presidente Donald Trump. Eles entregaram a ela uma carta enumerando equívocos do governo brasileiro, como violações de direitos humanos reportadas por brasileiros, incluindo a censura de jornalistas e a perseguição de figuras públicas, assim como a situação dos presos do evento de 8 de janeiro.

    Greene se destacou entre os republicanos por ser uma das maiores defensoras de uma nova investigação sobre a invasão do Capitólio por partidários de Trump em 2021, que resultou em quase 1.500 pessoas investigadas. Ela defende que “o outro lado da história” não recebeu a devida atenção.

    Os parlamentares brasileiros ouviram da deputada que terão “todo apoio na proteção à liberdade de expressão, eleições limpas e justas e manutenção das relações entre os dois países”.

    De acordo com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a missão brasileira nos Estados Unidos tem como objetivo informar aos parlamentares daquele país aspectos que não chegam de forma correta pela mídia, como casos de censura, cerceamento à liberdade de expressão e outros abusos praticados pelo governo brasileiro.

    O senador Magno Malta (PL-ES) corrobora a afirmativa de Eduardo Bolsonaro, e declara que “estamos aqui exatamente na tentativa de conscientizar o mundo de que o Brasil está vivendo um total abuso de autoridade. O que vivenciamos na semana passada durante a votação da reforma tributária [no Senado Federal], na verdade, configurou-se como um cerco ideológico. Não houve uma simples troca de presidente, houve uma mudança de regime”.

    Para o senador, é fundamental que o mundo tenha conhecimento dos casos de censura enfrentados atualmente no Brasil, e também dos frequentes episódios de intervenção e desrespeito de um poder para com o outro, referindo-se às interferências do Judiciário no Legislativo, com a análise de temas que são da competência do Congresso Nacional.

    Delegação brasileira se reúne com o controverso George Santos

    Além da deputada Marjorie Greene, a delegação do Brasil se encontrou com o congressista republicano George Santos, de origem brasileira, que foi detido em maio nos Estados Unidos por enfrentar processos por uma série de crimes, como fraude eletrônica, declarações falsas e lavagem de dinheiro, mas foi liberado após pagar fiança de US$ 500 mil, cerca de R$ 2,5 milhões.

    Nenhum dos parlamentares brasileiros explicou o propósito do encontro.

    Na mesma semana da visita dos brasileiros, George Santos foi alvo de um relatório do Comitê de Ética da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, o equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil, que apontou “evidências substanciais” de que o parlamentar violou leis federais. Após a divulgação do relatório, nesta quinta-feira (16), Santos afirmou que não pretende se candidatar à reeleição para o cargo que ocupa.

    A sequência de reuniões da delegação também incluiu encontros com o congressista republicano Chris Smith, membro do Comitê de Assuntos Internacionais da Câmara dos Representantes, e Steve Scalise, o recém-eleito líder da maioria, posição similar à do presidente da Câmara no Brasil. Ambos demonstraram receptividade às questões levantadas pelos parlamentares brasileiros e manifestaram disposição para reforçar a cooperação bilateral.

    Movimentos se ressentem da ausência de parlamentares em manifestações

    Enquanto a delegação brasileira procura apoio de parlamentares norte-americanos para conter os abusos, no Brasil ocorreram protestos “contra Lula” em diversas cidades, convocados por movimentos e influenciadores de direita pelas redes sociais, mas com baixa adesão da classe política.

    Em Washington, onde visitaram parlamentares, Eduardo Bolsonaro comentou que “estamos cientes das manifestações que estão acontecendo no Brasil”, mas justificou a ausência alegando que, devido ao feriado prolongado e à semana morna no Congresso brasileiro, estão “aproveitando esse feriado de 15 de novembro para estar aqui trabalhando”.

    Para o ativista Adilson Zambotti, que colaborou na organização do protesto “contra Lula” em São Paulo, o saldo do movimento foi considerado positivo, principalmente no Norte e Nordeste, além de Brasília, especialmente após o receio da população de voltar às ruas devido aos acontecimentos de 8 de janeiro, mesmo com a ausência dos políticos.

    “Alguns parlamentares mencionaram a necessidade de ir para as ruas, e não tivemos esse apoio deles. Enviamos convites para vários deputados de direita, mas a maioria não compareceu. Então a presença dos políticos foi insuficiente”, concluiu.

    Mesmo assim, o ativista salienta que é fundamental compreender que “cada parlamentar leva uma vida diferente, mas cada um tem sua vida baseada em seus princípios e seu tempo”. Segundo ele, neste momento, a questão de pedir o “contra Lula” ainda necessitará de mais tempo, com provas que possam embasar um processo de impeachment, o que não impede que a população retorne às ruas para reforçar o movimento.

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