sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Residentes custeiam ponte no RS por R$ 7 milhões; governo pretende erguer outra perto


    No dia 4 do nono mês do ano passado, as inundações no Rio das Antas destruíram a ponte de ferro que unia os municípios gaúchos de Farroupilha e Nova Roma do Sul. Naquela época, o governo do Estado havia prometido reconstruí-la até 2025, ao preço de R$ 22 milhões. A comunidade local, descontente com o período, optou por tomar controle da situação: estimou um orçamento quase seis vezes inferior (R$ 6 milhões) e se mobilizou para arrecadar o dinheiro que viabilizaria a construção. Exatamente 138 dias depois, no último sábado, 20, os moradores inauguraram a nova ponte, denominada Nossa Senhora de Caravaggio.

    O presidente da Associação Amigos de Nova Roma do Sul, Tranquilo Tessaro, comemorou a inauguração da obra. Ele foi um dos responsáveis por mobilizar a população local. “Toda a economia do município passa por essa ponte”, afirmou Tessaro ao canal RBS TV, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul. “Houve pessoas que realizaram Pix de centavos, diziam que estavam desempregadas e que, no mês seguinte, fariam algo mais.”

    Contribuições para a construção da ponte geraram economia de R$ 16 milhões

    Depois da destruição causada pelas inundações, o governo gaúcho planejava a nova ponte no valor de R$ 25 milhões | Foto: Divulgação/Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha

    A antiga ponte era o local onde caminhões transportavam as uvas de Nova Roma do Sul para as vinícolas em outras regiões do Rio Grande do Sul. Após a destruição provocada pelas inundações, e enquanto o governo gaúcho projetava a ponte no valor de R$ 25 milhões, os moradores se mobilizaram e economizaram R$ 16 milhões dos cofres públicos.

    A destruição da ponte afetou não apenas a economia local, mas também a área da saúde. Isso se deve ao fato de que, sem a estrutura, os moradores de Nova Roma do Sul não podiam acessar o Hospital Beneficente São Carlos, em Farroupilha.

    Conforme o jornal Gazeta do Povo, o prefeito de Nova Roma do Sul, Douglas Fávero Pasuch (PP), relatou que o hospital é referência para os cidadãos. “Perdemos a ligação de 48 km para 98 km”, afirmou. “A produção de uva e de peru, todo o insumo passa por essa rodovia. A nossa cidade se desenvolveu em cima da rodovia.”

    A associação arrecadou fundos de quatro maneiras: doação via Pix, ações sociais no município, doações de empresas e rifas. A meta era alcançar R$ 2 milhões somente com contribuições de empresas locais. Esse montante ultrapassou os R$ 3,7 milhões.

    Ao total, a arrecadação ultrapassou a marca dos R$ 7 milhões — valor que pode aumentar, visto que a rifa continua. A organização pretende utilizar o dinheiro para investir em obras sociais ou de infraestrutura, uma decisão que partirá dos moradores.

    Ponte quase centenária

    A estrutura antiga, de 1930, tinha quase cem anos e era o principal acesso à capital do Estado, Porto Alegre, sobre o Rio das Antas. A cidade praticamente se isolou depois de a enchente destruir a estrutura. O acesso se dava apenas por estradas, que aumentavam a viagem em pelo menos duas horas, ou por uma balsa, cujo serviço se interrompia logo que o rio subia.

    O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (Daer-RS) afirmou que a nova ponte seguirá “padrões técnicos de qualidade”. Além disso, afirmou que “atenderá às necessidades logísticas do município, possibilitando o tráfego de cargas e de passageiros que a estrutura atual não comporta”.

    Visto que agora a construção da estrutura “oficial” não é mais uma emergência, o governo do Rio Grande do Sul explicou que a nova previsão de custo dependerá da reestruturação orçamentária, que finalizará em fevereiro. O novo prazo depende da definição do novo orçamento.

    Segundo o Daer-RS, a população só conseguiu construir a primeira ponte porque o “governo traçou a rodovia estadual que leva à estrutura”. Informou também que, “sem essa medida, a associação municipal não poderia construir a nova estrutura, porque não haveria condições técnicas para isso”.

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