O secretário Camilo Santana, da Educação, confirmou nesta segunda-feira (6) que o exame do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano não será anulado, mesmo após fotos da prova terem sido compartilhadas nas redes sociais no domingo (5). A possibilidade de cancelar o exame foi descartada no mesmo dia pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Manuel Palacios, depois que o governo requisitou a intervenção da Polícia Federal para investigar a suposta divulgação.
Conforme Santana, a prova realizada no primeiro final de semana do exame teve “incidentes isolados” que estão sendo apurados, e duas diligências foram conduzidas para identificar os responsáveis pelas publicações. No mínimo 15 pessoas já foram detidas devido a esse vazamento e a outros incidentes, além de outras quatro mil foram desclassificadas.
“De forma alguma”, declarou o secretário ao ser indagado durante uma coletiva de imprensa pela manhã no Palácio do Planalto. “Consideramos que foi um dia positivo na realização da primeira etapa do Enem”, acrescentou. A segunda fase do Enem será aplicada no próximo domingo (12).
Camilo Santana também afirmou que a PF “continua investigando e conduzindo as diligências necessárias para identificar qualquer tipo de irregularidade”. As duas diligências conduzidas pela autoridade ocorreram no estado de Pernambuco e no Distrito Federal.
O Inep informou que as primeiras fotos dos cadernos de provas foram encontradas nas redes sociais logo após o fechamento dos portões, às 13h. No entanto, o órgão evitou mencionar o vazamento do conteúdo. Uma das fotos dizia respeito à redação, que teve como tema “Desafios para combater a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
O instituto não revelou quantas fotos das provas foram identificadas nas redes sociais, nem como elas foram obtidas. Entre as regras para a aplicação das provas está a proibição de que os estudantes levem celulares ou dispositivos eletrônicos aos locais de aplicação das provas.
Pelo menos duas ocorrências de divulgação das provas já foram registradas desde a criação do Enem. Em 2009, houve o roubo do conteúdo na gráfica e, em 2012, cerca de 60 candidatos foram eliminados do exame por compartilharem fotos das questões.
