Uma tumba com dois esqueletos abraçados sobre os restos mortais de um cavalo é motivo de debates entre estudiosos há duas décadas. O local foi encontrado em 2004 por arqueólogos que escavavam um antigo cemitério oriental da cidade romana de Ovilava, onde hoje em dia se situa o município de Wels, na Áustria. Após investigações, uma nova pesquisa pode ter encerrado o enigma.
Túmulo intrigava especialistas
- Primeiramente, arqueólogos supunham que os esqueletos fossem de um par medieval.
- Com base na profundidade e orientação da tumba, eles concluíram que ela teria sido feita pelo povo bávaro germânico, que habitou a região no início do século XVI.
- A hipótese era sustentada pelo fato de que era bastante frequente enterrar indivíduos com equinos durante a Idade Média.
- No entanto, um novo estudo divulgado neste ano no Journal of Archaeological Science indicou que, na verdade os restos mortais são bem mais antigos do que se pensava.
![Segredo revelado de esqueletos abraçados sepultados com cavalo 9 enterro](https://implicitante.com/wp-content/uploads/2024/06/enterro.png)
Restos mortais são da época romana
De acordo com os pesquisadores, a datação por radiocarbono dos esqueletos humanos e do cavalo confirmou que eles datam da época romana. Os romanos não tinham o hábito de serem sepultados com cavalos, mas é possível que o povo da região seguisse práticas celtas tradicionais de enterrar indivíduos com equídeos.
Ademais, análises confirmaram que não se trata de um par, e sim de duas mulheres que eram parentes de primeiro grau. A diferença de idade de 15 a 25 anos sugere que elas fossem mãe e filha. Já a origem do cavalo continua sendo um mistério para os cientistas.
Ainda segundo o estudo, o esqueleto da mulher mais velha apresentava sinais de passeios a cavalo frequentes. A causa da morte das duas ainda é desconhecida, mas há indícios de que a filha poderia ter sofrido de espinha bífida (um defeito de nascença da coluna vertebral), enquanto a mãe teria sofrido de osteoartrite (um tipo de artrite que ocorre quando o tecido flexível nas extremidades dos ossos se desgasta).
O cavalo, por sua vez, parecia estar em boa saúde quando faleceu, aos oito ou nove anos de idade. Mesmo com as descobertas, as causas das mortes não puderam ser confirmadas.