A secretária do Planejamento, Simone Tebet, um dos braços da Economia na presente administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou não perceber interferências políticas oriundas do mandatário. Em entrevista concedida ao canal CNN Brasil, a ex-senadora menciona como caso a Petrobras e a tentativa de colocar Guido Mantega na Vale, escolha que não foi bem aceita por acionistas na época. Para ela, foi uma tentativa do presidente de inserir um “parceiro a quem Lula é grato”.
Conforme a secretária, a partir do momento em que o petista enxerga no ex-ministro Mantega um parceiro e tenta dessa forma incluí-lo na economia ou na política, torna-se um direito do presidente.
“O presidente Lula não seria o presidente Lula se não tivesse a capacidade de reconhecer os amigos e desejar os amigos do seu lado. Guido Mantega foi um parceiro do presidente Lula, o presidente é grato a Guido Mantega por uma série de questões, e desejar estar com Guido Mantega no processo político faz parte da personalidade do presidente Lula”, ressaltou Tebet.
Após fracasso em colocar Mantega na Vale, surgiram notícias que indicavam a ida do ex-ministro de Lula para o conselho da Braskem, empresa com participação direta da Petrobras. Apesar disso, as insistências ou possíveis investidas do presidente da República, não a perturbam.
“Ele tem as suas posições ideológicas e político-partidárias que são diferentes das minhas, mas quando ele percebe que ao tentar colocar o que pensa há uma reação, no mercado ou mesmo na classe política, que é negativa para o próprio governo, ele tem a capacidade de recuar”, disse ela.
Apesar de sugerir que Lula recua quando existem reações adversas, Tebet afirma que não há obstáculos em um presidente eleito pelo povo falar o que pensa e tentar implementar o que pensa. ” Numa democracia, temos forças políticas que fazem o equilíbrio nessa balança”, destacou a secretária.