terça-feira, 2 julho, 2024
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    Sonda chinesa pode auxiliar a desvendar grande enigma na Lua

    Conforme divulgado pelo Olhar Digital, no dia quarta-feira (8), a Agência Espacial Nacional da China (CNSA) comunicou que a sonda Chang’e-6 entrou com êxito em órbita circunlunar após completar um procedimento de desaceleração próximo à Lua.

    A nave foi lançada no último dia sexta-feira (3), às 6h27 da manhã, no fuso horário de Brasília (17h27, no fuso horário local de Pequim), no topo de um foguete Long March 5 a partir de Wenchang, na província de Hainan, para aterrissar no lado escondido da Lua.

    Lado escondido da Lua (Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University)
    Lado escondido da Lua. Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University

    Sobre a missão Chang’e 6:

    • Pesando 8,2 toneladas, a nave espacial Chang’e 6 transporta quatro elementos: um em órbita, um módulo de aterragem, um ascendente e um módulo de reentrada;
    • Todo esse aparato tem o propósito de coletar amostras lunares do lado escondido da Lua, área praticamente inexplorada do satélite;
    • Este é um feito que nenhum país do mundo já alcançou;
    • Se tudo ocorrer conforme o planejado, as amostras serão depositadas no veículo ascendente para serem transportadas da superfície para a órbita lunar;
    • Posteriormente, haverá a transferência para o módulo de reentrada, que conduzirá os itens para a Terra.

    As nações que já trouxeram amostras lunares para casa foram os EUA, a antiga União Soviética e a própria China, que foi o país mais recente a realizar tal feito, com a missão Chang’e 5 em 2020. Todo esse material, contudo, foi coletado no lado permanentemente visível da Lua.

    Conforme a Agência Espacial Nacional da China (CNSA), o lançamento foi um sucesso absoluto. O próximo passo é uma aterragem suave no lado distante. Em até 48 horas depois, um braço robótico será estendido para recolher rochas e solo da superfície lunar, e uma broca perfurará o solo. O trabalho de pesquisa científica será realizado simultaneamente.

    As amostras serão lacradas em um recipiente e recolhidas pelo veículo ascendente, que partirá da Lua e se acoplará ao orbitador na órbita lunar, o qual então trará as amostras para a Terra, aterrissando na Região Autônoma da Mongólia Interior, ao norte da China. Toda a missão deverá ter uma duração de aproximadamente 53 dias, segundo a CNSA.

    Chang’e 6 pode desvendar grande mistério lunar

    Ao adquirir uma amostra de material do lado escondido da Lua, a sonda poderá testar teorias sobre por que o lado próximo e o lado distante do corpo celeste apresentam tantas diferenças.

    A nave deverá aterrissar no início de junho dentro da bacia de impacto Apollo, situada dentro da bacia do Polo Sul-Aitken (SPA), a maior cratera de impacto de seu tipo no Sistema Solar, abarcando uma área de 2.400 por 2.050 km.

    bacia do Polo Sul Aitken
    Bacia do Polo Sul-Aitken. Crédito: NASA Goddard

    A característica foi originada há aproximadamente 4,3 bilhões de anos, logo no começo da trajetória do Sistema Solar. Um pouco mais jovem, Apollo exibe uma configuração de anel duplo, com o anel interno formado por picos de montanha com um diâmetro de 247 km e um anel externo com cerca de 492 km de diâmetro.

    Conforme a CNSA, a sonda Chang’e-6 tem como objetivo trazer de volta à Terra aproximadamente dois quilos de material lunar.

    O enigma ao redor do outro lado da Lua é intensificado pelo fato de não ser visível da Terra. Esta face oculta apenas foi registrada pela primeira vez pela sonda soviética Luna 3, em 1959. Ao analisarem a imagem, os cientistas de diversos países ficaram surpresos ao constatar as diferenças entre o lado distante e o lado com o qual estamos familiarizados.

    Ambos apresentam uma grande quantidade de crateras, contudo o lado visível também revela extensas planícies vulcânicas conhecidas como mares lunares, que abrangem cerca de 31% de toda a área dessa face. Enquanto isso, o lado oposto é somente coberto por planícies vulcânicas em aproximadamente 1% de sua área.

    Sendo assim, como ocorreu essa discrepância entre o lado visível e o lado oculto? Uma possível influência poderia ser a espessura da crosta. Em 2011, a missão GRAIL da NASA constatou que, em média, a crosta do lado distante é 20 km mais espessa que a do lado visível.

    Acredita-se que a origem desse fenômeno remonta ao momento em que a Lua foi gerada a partir dos destroços resultantes da colisão entre a Terra e um protoplaneta do tamanho de Marte chamado Theia, há cerca de 4,5 bilhões de anos.

    Conforme a Lua se formava a partir dos detritos circundantes de uma Terra em transformação, ela foi presa às marés, o que significa que sempre mostra a mesma face para o nosso planeta. A superfície terrestre foi completamente derretida pelo impacto colossal e irradiou calor para o lado visível da Lua. A rocha teria se vaporizado no lado visível e se solidificado no lado mais frio, sugerindo os cientistas que isso tenha contribuído para a espessura maior da crosta no lado distante.

    “A descoberta essencial aponta que a disparidade na espessura da crosta entre o lado visível e o lado distante pode ser a principal razão do vulcanismo assimétrico na Lua”, afirmou Yuqi Qian, da Universidade de Hong Kong, em um comunicado.

    Qian é um dos principais responsáveis por um novo estudo que sugere que as amostras a serem trazidas à Terra pela Chang’e-6 poderiam testar essa e outras teorias, como a do vulcanismo intenso.

    Algumas evidências apontam para a ocorrência de duas erupções vulcânicas significativas na região. O recente estudo indica que a análise das amostras coletadas poderá revelar a composição química do magma no lado distante.

    China lançou um robô confidencial para o lado distante da Lua

    Tudo indica que um quinto elemento surpresa também está presente na missão. Observadores atentos notaram a presença de um veículo robótico preso ao lado do módulo de pouso, o qual está programado para aterrissar na superfície lunar no próximo mês. Conforme o site Live Science, a finalidade desse equipamento ainda é desconhecida.

    Após a divulgação de novas imagens do módulo de pouso pela Academia de Tecnologia Espacial da China (CAST), foi possível identificar um pequeno objeto cinza com rodas acoplado ao lado.

    Embora não tenha sido revelada nenhuma informação sobre o veículo robótico, umacomunicado adaptado subsequente proveniente do Instituto de Cerâmica de Xangai, responsável pela disponibilização de vários elementos para a missão Chang’e 6, revelou que ele contém um espectrômetro de imagem infravermelha. Descubra mais abaixo.



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