quarta-feira, 26 junho, 2024
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    taxas reais atingem pico de um ano


    O agravamento fiscal do Brasil e a política monetária restritiva nos Estados Unidos estão levando as taxas reais de longo prazo a alcançarem um nível médio de 6,30%, o mais alto desde março do ano anterior.

    A incerteza que envolve as contas públicas do país aumentou de maneira significativa a partir do início de junho, quando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou a medida provisória (MP) do Pis/Cofins para compensar a desoneração da folha de pagamento.

    O setor produtivo criticou a medida e também exigiu propostas de redução de despesas do governo federal. O chefe de renda fixa da BNP Paribas Asset Management, Michael Kusunoki, argumenta que o aumento das taxas é resultado do atual contexto fiscal e monetário desafiador.

    “A parte fiscal já é uma deterioração mais concreta com as mudanças de metas. Começamos a ver algo mais palpável em relação à percepção de risco nas contas públicas”, afirmou a CNN Brasil. “A política monetária trata do que pode acontecer no futuro, desde a divergência entre os membros do Copom [na última reunião]. Algo que era mais para frente… a última decisão antecipou essa discussão”, completou. A conclusão é que o contexto gera um prêmio de risco maior.”

    No último Boletim Focus, o mercado elevou novamente as projeções de inflação para este ano e o próximo. De acordo com Kusunoki, esse é o principal fator que pesa contra a redução da Selic. Dessa forma, a diminuição das taxas deve ser interrompida no patamar de 10,50% ao ano, ainda considerado elevado.

    Chama a atenção dos economistas as taxas reais que saem das Notas do Tesouro Nacional Série B e que podem operar a longo prazo acima dos 6%. “A taxa de juros de uma NTN-B é relevante porque representa a taxa de juros efetiva da economia”, avaliou Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners. “Por fim, ela será o custo de oportunidade de investimento no Brasil. Portanto, quando se observa uma taxa de juros de uma NTN-B acima de 6%, estamos falando que o investimento no Brasil precisa gerar um retorno acima de 6% para ser atrativo.”

    Além dessas questões, a MP fez com que a migração de capital para papéis isentos de tributação aumentasse a competição das NRN-Bs a longo prazo. A intensificação da concorrência faz a demanda por papéis do Tesouro diminuir, o que resulta em aumento dos juros pagos pelos títulos para atrair os investidores.

    A mudança no fluxo é um elemento importante para entender a manutenção das taxas reais de longo prazo em níveis elevados. “Atualmente, não há um fluxo de compradores das NTN-Bs”, observou Kusunoki. “Isso desfavorece esse ativo.”

    Por funcionar como um “empréstimo” ao governo, a NTN-B é uma ferramenta crucial para a captação de recursos. No entanto, com menor fluxo e mais concorrência, menos pessoas financiariam a dívida pública.

    “Esse próprio nível no qual o Tesouro se financia tende a se tornar um problema do ponto de vista fiscal, pois fica mais dispendioso rolar a dívida com essas taxas”, continuou Kusunoki. “Para refinanciar a dívida do governo, é um nível de taxa insustentável.”

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