sexta-feira, 5 julho, 2024
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    TCU aponta prejuízo de R$ 500 milhões em acordo da Petrobras durante o governo Lula


    De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o contrato firmado entre a Petrobras e a Unigel, em 29 de dezembro do ano passado, durante o governo Lula, pode ocasionar um prejuízo de quase R$ 500 milhões à estatal. O TCU solicitou informações à Petrobras sobre os termos do contrato, que possibilitou a retomada das operações das fábricas de fertilizantes da empresa na Bahia e em Sergipe, arrendadas para a Unigel.

    Em despacho emitido na quarta-feira 31, o ministro Benjamin Zymler, relator do caso, determinou que a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia apresentem suas manifestações em até 5 dias.

    Conforme a área técnica do TCU, há “indícios de irregularidades” no acordo, tais como falhas nas justificativas para sua realização, ausência de assinaturas de instâncias superiores da companhia no contrato e o fato de a Petrobras assumir os riscos do negócio em um contexto de mercado desfavorável.

    O ministro afirmou que, ao manter o contrato de arrendamento e, ao mesmo tempo, contratar a Unigel de forma terceirizada para operar a fábrica de fertilizantes, a Petrobras “passa a fornecer o gás e receber fertilizante, tornando-se responsável por sua comercialização, assumindo o ônus de uma operação deficitária de quase meio bilhão de reais em um período de oito meses”.

    Petrobras reconheceu prejuízo em avaliação técnica

    Petrobras afirmou que outras opções acarretariam prejuízos ainda maiores, decisão rejeitada pelo ministro relator | Foto: Divulgação/EBC

    De acordo com a decisão do ministro, a própria estatal, na análise de risco do contrato de tolling (contrato de industrialização por encomenda), reconheceu o risco de prejuízo, mas afirmou que outras alternativas seriam mais onerosas. Segundo os técnicos da Petrobras, a retomada das duas plantas pela empresa e a não realização do tolling e a não retomada das plantas pela Petrobras acarretariam prejuízos ainda maiores, de R$ 1,23 bilhão e R$ 542,8 milhões, respectivamente.

    No entanto, o ministro afirmou que esse posicionamento da Petrobras é equivocado, uma vez que os prejuízos mensais do tolling são mensais e, portanto, “quanto maior o tempo do contrato, maior o prejuízo auferido pela Petrobras, sendo o inverso verdadeiro”. “Por outro lado, as demais alternativas aventadas, apesar de suas premissas terem sido duramente questionadas pela unidade técnica, não sofrem impactos relevantes com o prazo, pois supostamente seriam soluções definitivas, cuja estimativa pouco depende de quando será adotada”, avaliou o ministro.

    Dessa forma, segundo ele, se a comparação entre os três cenários fosse feita em um horizonte de tempo maior, as conclusões seriam bem diferentes, tornando o tolling mais oneroso. “A Petrobras optou por uma solução provisória, enquanto as demais soluções seriam perenes, de forma que ao final dos oito meses terá que novamente reavaliar a questão, tendo que escolher entre prolongar indefinidamente o contrato de tolling, o que poderia ocasionar prejuízos ainda maiores do que qualquer outra solução definitiva”, escreveu Zymler.

    Inviabilidade econômica da contratação é indiscutível, diz ministro do TCU

    Benjamin Zymler, ministro do TCU | Foto: Reprodução/TCU

    Por essa razão, o ministro afirmou que “a inviabilidade econômica da contratação parece ser indiscutível”. “A própria Unigel, no segundo semestre de 2023, decidiu suspender as atividades das plantas arrendadas, alegando a inviabilidade econômica da operação, mesmo havendo contratos de gás natural de ship or pay (modelo de garantia de fornecimento com pagamento mensal) firmados com a Petrobras e a Shell”.

    A Unigel é a segunda maior petroquímica do Brasil, mas enfrenta desafios financeiros. No período de janeiro a setembro de 2023, o grupo acumulou um prejuízo de R$ 1,05 bilhão. No mesmo período de 2022, a empresa havia registrado lucro de R$ 491 milhões.

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