A Comissão Europeia sugeriu a implementação de uma taxa sobre as importações de grãos, oleaginosas e produtos derivados da Rússia e de seu aliado Belarus, incluindo trigo, milho e farelo de girassol, com o objetivo de desencorajar a aquisição dos produtos provenientes dos dois países.
O bloco busca evitar que os russos usem as exportações de produtos agrícolas como uma ferramenta para desestabilizar o mercado da União Europeia (UE), além de angariar receita para financiar o conflito com a Ucrânia.
Dentro do esquema da Comissão Europeia, que pode ser implementado rapidamente uma vez que necessita do aval de apenas cerca de dois terços dos países-membros, as taxas devem ser estabelecidas em 95 euros (aproximadamente US$ 103) por tonelada ou podem elevar os preços em pelo menos 50%.
Adicionalmente, Rússia e Belarus tampouco teriam mais direito às cotas da Organização Mundial do Comércio sobre grãos da UE, as quais oferecem um tratamento tarifário mais vantajoso para alguns produtos.
No último ano, o bloco importou 4,2 milhões de toneladas de cereais, oleaginosas e derivados originários da Rússia, somando 1,3 bilhão de euros.
As importações da Rússia e de Belarus correspondem somente a cerca de 1% do total do mercado da UE.
Entretanto, agricultores europeus manifestam oposição às importações a preços mais baixos da Ucrânia e a UE receia que a Rússia se aproveite da situação para causar ainda mais instabilidade nas nações do bloco.
Com a nova medida, a Comissão frisou que a lacuna na oferta será parcialmente suprida pela produção interna, o que beneficiaria os produtores locais, e pelas importações de outros países como Estados Unidos, Brasil, Ucrânia, Sérvia e Argentina.
As autoridades também afirmaram que as taxas sobre o grão russo não interferirão no comércio com países terceiros e que o trânsito pelo bloco permanecerá ininterrupto.
“Dessa forma, prevê-se que as taxas propostas não prejudiquem a segurança alimentar global, sobretudo para países em desenvolvimento”, informou a Comissão.
