Quem foi ao mercado comprar azeite já notou um grande acréscimo nos preços do produto recentemente. A inflação ultrapassa os 26% para o valor desse óleo vegetal, extraído das olivas (as saborosas azeitonas).
Esse percentual corresponde ao acumulado em 12 meses, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro. É o maior índice em sete anos.
Por outro lado, alimentos e bebidas tiveram um aumento muito mais moderado, de 0,48% até o momento. Enquanto isso, a inflação geral no país está em 4,82%.
O aumento do valor do azeite, no entanto, provavelmente não chegou ao limite ainda. E não há expectativa de solução a curto prazo.
Compreenda por que o azeite tem enfrentado um aumento tão significativo nos preços
Problemas climáticos têm impactado as plantações de oliveiras. Além disso, questões cambiais e até mesmo o conflito entre Ucrânia e Rússia têm influenciado a alta do preço.
O conflito no Leste Europeu foi um dos primeiros influenciadores desses fatores. Isso porque os dois países são os maiores exportadores de óleo de girassol do mundo (em conjunto, representam 80% da produção global).
A escassez da oferta desse óleo, resultado da guerra, aumentou a procura pelo azeite e outros óleos vegetais. Como resultado, o mercado como um todo foi “fortemente impactado pelo conflito”, afirmou o professor Felippe Serigatio ao jornal O Estado de S. Paulo.
Brasil produz muito pouco do que consome
O especialista, que trabalha no Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), também informou que a flutuação do dólar também influenciou o preço final do azeite. Isso se deve ao fato de a maioria do que o Brasil consome ser importado.
O país consome 8% de toda a produção global, ficando atrás apenas da União Europeia, que importa 17%, e dos Estados Unidos, com 35%. Em outras palavras, é o terceiro maior importador do mundo.