Os alimentos característicos de festa julina, como tortas, curau e milhos cozidos, estarão mais custosos neste ano. Uma pesquisa do Centro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) mostrou que o valor dos ingredientes para esses pratos tradicionais subiu, em média, 6,91% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 24, pelo jornal O Globo.
O acréscimo no valor dos produtos característicos de festa julina quase dobrou, ao compará-lo com a taxa de inflação. Conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), a inflação no período foi de 3,65%.
O estudo analisou os valores de 27 itens da cesta do IPC/FGV até a segunda semana de julho. A batata-inglesa, comum em caldos e sopas juninas, teve o maior aumento, com 75,79%, nos últimos 12 meses. Outros itens, como arroz, maçã e batata-doce, elevaram-se 24,89%, 22,62% e 14,18%, respectivamente.
O economista Matheus Dias, responsável pela pesquisa, atribuiu o aumento do valor dos alimentos in natura a efeitos climáticos adversos, como as chuvas no Rio Grande do Sul. “A incidência de fenômenos climáticos extremos afetou a produção, pressionando os valores para cima”, esclareceu ao jornal O Globo.
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Ademais, houve um aumento no valor do açúcar refinado (9,17%) e do açúcar cristal (6,35%), utilizados em sobremesas típicas. Também ocorreu uma elevação no preço de refrigerantes e água mineral, que subiu 5,98%.
Alguns itens de festa julina tiveram redução de preço
Por outro lado, alguns itens importantes para as festas julinas tiveram diminuição de preço. A farinha de trigo baixou 14,95%, e o milho de pipoca teve uma redução de 8,87%. Esses produtos trouxeram algum alívio para os consumidores.
“Mesmo que neste ano a cesta tenha englobado diversos produtos com queda de valores em 12 meses, nenhum deles foi capaz de compensar as respectivas altas acumuladas de itens utilizados nas festas julinas desde 2023”, disse Dias. “Isso demonstra que o orçamento do consumidor não deixou de ser afetado pelo aumento do período anterior.”
