O deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ), vice-líder do PT, declarou nesta segunda (25) que é fundamental ter cautela em relação à suspeita de que Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE), esteja implicado na morte da vereadora Marielle Franco, em 2018.
Brazão foi detido pela Polícia Federal no último domingo (24) juntamente com o irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.
Quaquá afirma que conhece Domingos Brazão há 20
anos e que é necessário ter “clareza” ao associá-lo ao delito.
“Não vou nem dizer nem que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais. Será uma surpresa negativa [se ele estiver implicado], porque é um negócio brutal. Eu acho que não é hora de apontar nenhum inocente, sem que a gente tenha clareza de todas as circunstâncias”, disse em entrevista ao Estadão.
Quando Brazão foi mencionado na delação premiada
de Ronnie Lessa, acusado de executar o delito contra Marielle Franco, Quaquá já
havia expressado dúvidas sobre o envolvimento do conselheiro. No entanto, adotou
um tom de cautela.
Quanto à atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no caso, Quaquá a considerou “absolutamente
democrática”, apesar de críticas habituais às decisões do magistrado.
A posição de Quaquá gerou polêmica nas redes sociais e causou desconforto dentro do PT. Não obstante, a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann (PT), ressaltou que a opinião do deputado é “individual” e “não reflete a posição do partido” como um todo, segundo afirmou em entrevista ao UOL pouco depois.