terça-feira, 2 julho, 2024
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    Viu esta? Estudo revela estratégias para combater podridão de grãos na soja

     

    Cultivares com maior resistência à podridão de grãos e o uso de fungicidas são opções de manejo para reduzir as perdas de produtividade de soja, apontam redes de pesquisa que estudam o tema.

    Inicialmente chamado de anomalia da soja, o problema vem ocorrendo desde a safra 2018/19 e com maior frequência na região do médio-norte do estado de Mato Grosso e em Rondônia.

    Diferentes espécies de fungos foram identificadas em vagens e hastes com e sem sintomas de decomposição de grãos, mas os fatores que desencadeiam o problema ainda são desconhecidos.

    Por isso, diversas redes multidisciplinares de pesquisa estão analisando dados como clima, fertilidade e física do solo, texto de lignina e outros que possam dar pistas sobre a doença.

    A rede que avalia a eficiência dos fungicidas traz os primeiros resultados que poderão facilitar nas estratégias de manejo da doença, com o lançamento da publicação Eficiência de Fungicidas para o Controle da Podridão de Grãos da Soja.

    Em paralelo, outro grupo avaliou a reação à podridão de 54 cultivares de soja (42 transgênicas e 12 convencionais) e identificou cultivares com bom e médio nível de resistência e as que são suscetíveis ao problema.

    A podridão dos grãos de soja

    O pesquisador da Embrapa Soja, Maurício Meyer, conta que durante as visitas à região, observou-se que o problema atingia as cultivares de maneira dissemelhante e os sintomas respondiam ao tratamento com fungicidas. “Por isso, foram formadas redes de ensaios cooperativos para estimar a sensibilidade das cultivares à doença e a eficiência dos fungicidas”.

    Os sintomas descritos inicialmente como anomalia correspondem principalmente à podridão dos grãos e das vagens. Diversas amostras foram coletadas nas quais foram encontradas, nas vagens, grãos e hastes, um multíplice de fungos de diferentes espécies de Fusarium, Diaporthe e Colletotrichum.

    Mancha-púrpura

    Em algumas safras, também observaram subida incidência de mancha-púrpura nos grãos, causada por Cercospora spp.

    “Esses fungos podem ser encontrados de forma latente na vegetal e nos grãos (fungos endofíticos), sem originar sintomas aparentes: cada um associado a uma doença quando ocorrem os sintomas. Eles foram identificados mesmo em vagens e grãos sem sintomas”, diz a pesquisadora da Embrapa Cláudia Godoy.

    A pesquisadora explica ainda que, no início dos sintomas, as vagens podem apresentar encharcamento, ofuscamento ou ambos, sem buraco visível. Quando abertas, apresentam decomposição dos grãos.

    “A presença de vagens com sintomas e os grãos apodrecidos ocorrem de forma aleatória na vegetal e na vagem, respectivamente, não necessariamente acometendo todos os grãos”, conta.

    Quando ocorrem os sintomas?

    Claudia avalia que os sintomas ocorrem principalmente a partir do recheio de grãos (estádio R5), até sua maturação (estádio R8). Segundo ela, as condições de estresse relacionadas ao clima estimulam que os fungos latentes iniciem a infecção.

    “Os fatores que desencadeiam a maior frequência de decomposição de grãos por esses patógenos nessas regiões ainda estão em estudo”, explica a pesquisadora.

    Em ensaios realizados na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), diferentes espécies de fungos obtidos de vagens com sintomas de decomposição foram inoculadas em vegetação de soja em moradia de vegetação, mas até o momento, nenhum desses isolados reproduziram nas vegetação os sintomas que ocorrem no campo.

    A pesquisadora Dulândula Wruck explica que também estão sendo estudadas técnicas de inoculação, uma vez que alguns isolados matam a vegetal dias depois a inoculação quando se utiliza a técnica do palito.

    “Até agora com as informações que temos, é verosímil que outros fatores estejam envolvidos na sintoma dos sintomas, por isso que os projetos em curso são multidisciplinares, analisando dados como clima, fertilidade e física do solo, texto de lignina etc”.

    Praticamente todas as empresas de pesquisa localizadas no eixo da BR 163 no médio-norte do Mato Grosso estão estudando o problema. “Os resultados da rede de fungicidas e de cultivares da safra 2022/23 são uma manancial de informação para o produtor, para facilitar no manejo do problema”, afirma a pesquisadora.

    Avaliação de fungicidas

    Para estimar a eficiência de fungicidas no controle da podridão de grãos na soja, foram realizados cinco protocolos na região do médio-norte de Mato Grosso e em Rondônia.

    Os tratamentos utilizaram fungicidas sítio-específicos (atingem um processo metabólico do fungo ou uma única enzima ou proteína necessária para sua sobrevivência) isolados e em misturas sem e com fungicidas multissítios (interferem em muitos processos metabólicos dos fungos).

    “Nesses experimentos, os fungicidas foram avaliados individualmente e em aplicações sequenciais”, explica Cláudia Godoy.

    Durante a safra 2022/23, a pulverização de diferentes fungicidas, nos ensaios realizados em rede, tiveram como resultado a redução dos sintomas da doença e o aumento de produtividade.

    “O uso de fungicidas favorece tanto a redução da incidência de sintomas da podridão quanto o controle de outras doenças, como a mancha-alvo – preponderante na região – o que reflete em melhoria de produtividade”, afirma.

    “Entendemos que os fungicidas são uma relevante instrumento de controle, devendo ser definidos de harmonia com a sensibilidade das cultivares à podridão de grãos e a outras doenças”.

    Além do uso de fungicidas no manejo da doença, os pesquisadores orientam a filiação de diferentes estratégias antirresistência. Eles defendem, por exemplo, que as informações obtidas nesses estudos ajudem a estabelecer programas de controle, priorizando sempre a rotação de fungicidas com diferentes modos de feito.

    Eles alertam que as aplicações sequenciais com os mesmos ingredientes ativos devem ser evitadas para diminuir a pressão de seleção de resistência de fungos aos fungicidas.

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