Em uma audiência pública no Senado, o ministro das Relações Exteriores, chanceler Mauro Vieira, afirmou que o comentário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, equiparando o confronto entre Israel e o grupo terrorista Hamas ao Holocausto, está inserido em um “contexto de profunda indignação”.
“É dentro desse contexto de profunda indignação que as declarações do presidente Lula se encaixam”, disse Mauro Vieira aos senadores, nesta quinta-feira, 14. “São palavras que refletem a sinceridade de alguém que busca preservar e valorizar o princípio mais importante, que é a vida humana.”
De acordo com Mauro Vieira, a questão crucial no conflito é “quantas vidas serão ceifadas”, uma vez que considera a resposta de Israel “excessiva”.
Em uma visita à Etiópia, em fevereiro, Lula fez afirmações que geraram repercussão internacional, inclusive do primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, que classificou o ex-presidente como “persona non grata”.
“Devemos parar de pensar pequeno quando precisamos agir com grandeza”, disse Lula na ocasião. “O que está ocorrendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não tem precedentes na história. Na verdade, teve, quando Hitler decidiu exterminar os judeus.”
Segundo Mauro Vieira, o Brasil continuará denunciando a decisão de Israel de bloquear a assistência humanitária na Faixa de Gaza. A postura do Brasil, conforme o chanceler, será a de promover o cessar-fogo, uma vez que reconhece a existência do Estado Palestino desde 2010.
O pronunciamento de Lula fez com que a oposição apresentasse um pedido de impeachment à Câmara dos Deputados, com mais de 140 assinaturas.