O tumor neuroendócrino é um dos tipos mais raros e agressivos conhecidos pela ciência. Ele se origina nas células neuroendócrinas, que conectam o sistema nervoso ao hormonal. Cresce lentamente até alcançar outras partes do corpo. Uma noa terapêutica de radiação pode retardar sua evolução e proporcionar mais alguns anos de vida para pacientes em fases iniciais do câncer.
As descobertas promissoras com a terapia com radioligando (TRL) foram realizadas por cientistas do Centro de Ciências de Saúde Sunnybrook e da Universidade de Toronto e divulgadas no Simpósio de Cânceres Gastrointestinais (GI) da Sociedade Americana de Reumatologia Clínica (ASCO) de 2024.
A terapia com radioligando (RLT – sigla em inglês) emprega radioisótopos – átomos isótopos radioativos – para atingir determinados receptores de células cancerosas com radiação e eliminar essas células sem afetar negativamente as regiões saudáveis do tecido.
Apesar de envolver radiação, é um tipo de quimioterápico, pois é administrado via intravenosa. Em outras palavras, um medicamento, neste caso o lutathera, transporta os radioisótopos através da corrente sanguínea até a área do tumor. Pela primeira vez, foi comprovado que a terapêutica é um método eficaz de tratamento.
- A pesquisa analisou a utilização de RLT no tratamento de tumores neuroendócrinos gastrointestinais de grau 2 e 3 ainda em fases iniciais.
- A terapêutica foi capaz de retardar o avanço dos tumores e, consequentemente, aumentar a “sobrevida livre de progressão” dos pacientes.
- Isso significa que eles obtiveram, em média, 14,3 meses adicionais de vida, passando de aproximadamente 8,5 meses para 22,8 meses.
- Os cientistas acreditam que a terapia pode ser igualmente eficaz no tratamento de outros tipos de câncer.
![Recente tratamento contra câncer pode postergar avanço de tumores invasivos 7 câncer tumor](https://implicitante.com/wp-content/uploads/2024/07/cancer-tumor.jpg)
A eficácia da terapia segue sob investigação
O estudo confirma a eficácia da aplicação precoce de RLT em pacientes com tumores invasivos. De acordo com Simron Singh, principal autor e oncologista no Centro de Ciências de Saúde Sunnybrook, essa é uma “mudança de paradigma” no tratamento do câncer.
Esse é o próximo estágio na terapêutica personalizada orientada ao câncer para pacientes, visando eliminar células cancerosas de maneira mais eficaz, ao mesmo tempo em que reduz os danos aos tecidos sadios circundantes.
Simron Singh para o Medical Xpress.
Atualmente, a RLT está em fase experimental. Novas pesquisas já estão em andamento. O objetivo é determinar a capacidade de prolongar a sobrevida e a segurança que ela oferece a longo prazo.
A pesquisa foi divulgada na revistaThe Lancet.